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18 março 2006

Ainda Samarcanda...

Alguns momentos que ficaram da viagem à Pérsia do séc. XI:

.:crenças exóticas:.
"... uma grávida aborda Khayyam. De véu arregaçado, ela mal tem quinze anos. Sem uma palavra, sem um sorriso nos seus lábios ingénuos, tira-lhe das mãos uma pitada de amêndoas torradas que ele acabava de comprar. O passeante não se espanta, é uma antiga crença de Samarcanda: quando uma futura mãe encontra na rua um forasteiro que lhe agrada, ela deve ousar partilhar da sua comida, pois assim a criança será tão bela como ele, com a mesma silhueta esguia, os mesmos traços nobres e regulares."

.:descobertas científicas:.
"Antes de abater de novo o véu, ela levantou-o mais, soltando um olhar que Omar recolhe, aspira, gostaria de reter. Instante indiscernível para a turba, eternidade para o amante. O tempo tem dois rostos, diz consigo Khayyam, ele tem duas dimensões, a extensão é ao ritmo do sol, a espessura ao ritmo das paixões."

.:verdades intemporais:.
"... as qualidades que são precisas para governar não são as que se devem ter para subir ao poder. Para gerir bem os negócios públicos, é necessário esquecer-se de si mesmo, não se interessar senão pelos outros, sobretudo pelos mais infortunados; para chegar ao poder, é indispensável ser-se o mais ávido dos homens, só pensar em si mesmo, estar pronto a esmagar os amigos mais queridos."

A segunda parte do livro transporta-nos para o séc. XIX, onde acompanhamos um americano na busca de um manuscrito atribuído a Omar Khayyam. É uma Pérsia diferente que encontramos (agora já chamada de Irão), onde as tradições milenares tentam resistir às influências ocidentais. Aí assistimos impotentes ao sufoco das primeiras tentativas de instaurar a democracia, devido, principalmente, aos interesses de potências estrangeiras...


Uma das mais antigas cidades do mundo, Samarcanda fica actualmente no sul do Uzbequistão (pontinho preto no mapa). Em tempos uma cidade cosmopolita, situada em plena rota da seda, ela foi arrasada e abandonada à acção das areias do deserto, por várias vezes, nomeadamente aquando das invasões mongóis. Embora tenha perdido a importância política e económica de outrora, o seu nome tornou-se um símbolo mítico de uma sociedade desenvolvida, tolerante e pacífica e, em 2001, foi classificada pela UNESCO como Património da Humanidade.

5 Comments:

  • At 22/3/06 21:14, Blogger Ronymaru. said…

    www.millarai.blogspot.com

     
  • At 24/3/06 19:25, Anonymous Anónimo said…

    Achei os comentários excelentes... como penso que este é o ring do livro que também li, possosugerir que coloques o endereço do comentário na tua JE do livro? risos...
    Ah! Não te preocupes.. vou lá colocá-lo eu, na minha JE!

     
  • At 25/3/06 21:28, Anonymous Anónimo said…

    Recente, mas começas bem: nos livros escolhidos e comentários.

     
  • At 26/3/06 18:39, Blogger ichigochi said…

    Obrigada pelo feedback!
    ass:*ichigochi corada com os elogios* :))
    PS. nninoca, eu pus o link para o blog quando fiz a JE.. andas distraída.. ;) lol

     
  • At 19/7/06 01:35, Anonymous Anónimo said…

    Wonderful and informative web site.I used information from that site its great.
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